segunda-feira, 11 de julho de 2016

As Necessidades Humanas

Abraham Harold Maslow.

Autor


O professor e psicologo norte americano, Abraham Harold Maslow (New York, 1908- 1970) é conhecido pela teoria da motivação e as necessidades humanas. Ele elaborou um estudo para tentar explicar a motivação humana e o resultado foi Piramide de Maslow.

A Piramide de Maslow


Apesar do reconhecimento, Maslow foi muito criticado pelos estudiosos do segmento. Ele mesmo declarou estar insatisfeito com a teoria, mas que buscara satisfazer sua necessidade de realização. Segundo ele, a motivação está diretamente relacionada em satisfazer as necessidades individuais. Estas necessidades foram divididas hierarquicamente por importância em cinco grupos distintos, na base as primordiais e no topo as secundarias:

  • Fisiológica: respiração, alimentação, excreção, sono, sexo…
  • Segurança: estar seguro dentro de casa, ter estabilidade e confiança.
  • Social/ Afetivo: pertencer a um grupo, ser acolhido e amado.
  • Estima: reconhecimento próprio e o reconhecimento social.
  • Auto Realização: ser aquilo que se pode ser, capacidade de alcançar um sonho.

Caracteristicas


Para Maslow, as necessidades fisiológicas são naturais, enquanto as outras são adquiridas com o tempo. Acredita- se que as necessidades primarias sejam mais fáceis de satisfazer e que os quatro primeiros grupos podem ser satisfeitos por fatores extrínsecos ao individuo. Mas, a auto- realização nunca é saciada... pelo contrario; quanto mais satisfeita, mais aumenta.

Teoria da Motivação


A teoria de Maslow declara que uma necessidade satisfeita deixa de ser um elemento motivador, faz com que outra necessidade se destaque como motivação. Por outro lado, uma necessidade insatisfeita atua como fator de frustração e desmotivação.

A piramide mostra que para atingir o topo é necessário satisfazer todas as necessidades basais (ao menos em parte), pois o indivíduo será motivado pelas necessidades mais importantes daquele momento. A medida que os aspectos básicos da vida são preenchidos, o ser humano desloca seu desejo para aspirações mais elevadas.

Hierarquia das necessidades humanas de Maslow - por J. Finkelstein- Wikipedia.

Psicologia Organizacional


A teoria de Maslow serve para entender a motivação dos trabalhadores, neste sentido: o trabalhador exerce suas funções para receber um salario, que lhe permitirá atender suas necessidades primarias, como o sustento, saúde e segurança. Garantida as necessidades básicas, o trabalhador buscará satisfazer as necessidades secundarias, como atender o desejo de auto estima e realização pessoal. Este último vai muito além da remuneração, mas o completo bem estar físico e mental.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

A Era dos Titãs

Pseudo Seneca.
Representação de Hesiodo.
British Museum.
Representação de Homero.

Sobre os Autores


A criação da Mitologia Grega é atribuida aos filósofos Hesíodo e Homero. Eles procuraram explicar através da poesia: a origem do Universo, a razão do ser humano e os princípios que regem uma sociedade. Destaca- se Hesíodo (~750 aC) que escreveu "Teogonia", sua primeira grande obra.

A Era dos Titãs


Urano (Céu) sabia que seus filhos com Gaia (Terra) eram de fato Deuses Primitivos, porém  criaturas extremamente violentas. Contudo concordou que o melhor a fazer era encerra- los no Tártaro (Mundo Inferior).

Titãs

Oceanus (Mares), Céos ou Coios (Inteligencia), Crio (Inverno), Hipérion (Pilar do Leste, Fogo e Visão), Jápeto (Pilar do Oeste, Tempo da vida humana) e Cronos (Tempo).

Titânides

Febe (Brilhante), Réia (Fertiliade, Grande Mãe), Téia (Visão e Luz), Têmis (Leis e Costumes), Mnemosine (Memoria), Tétis (Fecundidade das Aguas).

Reia enganando Cronos.
Quando Urano foi derrotado, os Titãs assumiram o controle do Universo e sobre o comando de Cronos, governaram a humanidade durante a chamada Idade de Ouro. Cronos casou- se com sua irmã Reia, más uma profecia advertiu- lhe de que um dos seus filhos iria destrona- lo, assim como ele fez com seu pai. Com receio de perder o poder: ele matava seus filhos antes que pudessem ficar fortes, devorando- os imediatamente após o nascimento.
Zeus - Jupiter Smyrna Louvre.

Cronos não importava- se com o sofrimento de Reia, pois o controle do universo era mais importante do que seus filhos. Reia encontrou um jeito de enganar o marido: quando Zeus (Trovões) nasceu, ela o escondeu em uma caverna para que pudesse crescer e ficar forte, enrolou uma pedra num manto e entregou para Cronos, que a devorou sem perceber a troca.


Quando Zeus cresceu, ele libertou os Ciclopes e os Hecatonquiros para que ajudassem a derrotar seu pai. Zeus deu a Cronos uma “Poção Mágica” que fez ele cuspir seus irmãos de volta ao mundo, depois juntaram forças e iniciaram a guerra mais sangrenta de todos os tempos, conhecida como Titanomaquia. No final da guerra, Zeus e seus irmãos assumiram a liderança o universo, banindo Cronos e seus aliados ao Tártaro.


Interpretação


A Era dos Titãs retrata a guerra pelo poder, derramando sangue inocente como se fosse uma vacina para um mau, eliminando os insurgentes antes mesmo que surjam. Reia é um exemplo da falsidade, traindo seu marido para livrar o filho. A Titanomaquia foi a guerra em que as forças opressoras enfrentarão pela primeira vez forças equivalentes, num confronto sangrento e justo para ambas as partes.

Cidadãos que desejam alcançar o paraíso sabem da importância de praticar o bem, da necessidade de regrar o comportamento e de aprisionar os monstros que habitam dentro de nós. As forças de Urano sabem que a ascensão ao céu está intimamente ligada ao comportamento e que os Titãs não se limitaram para alcançar tudo o que desejam na terra.

Contudo: "aquele que aprisiona seus monstros liberta seus irmãos de um mau maior".

A Queda dos Titãs- Cornelis Cornelisz van Haarlem.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Narciso e Eco - Atração Fatal

O Mito de Narciso
Narciso - de Caravaggio. 


Narciso era filho do Deus Cefiso (Lagos) com a ninfa Liríope. Ele era dotado de extrema beleza, mas preferia viver só porque não encontraria alguém merecedor do seu amor. Sua beleza extraordinária incentivou seus pais a procurar o Mestre Tirésias para adivinhar o destino do jovem: ele profetizou que sua vida seria longa se não olha- se para o próprio reflexo.

A cada dia o jovem ficava mais belo e ignorava todos os apelos do amor, as moças se desiludiam por não receber a mesma admiração em troca. A Deusa Nêmesis (a Inevitável) viu a indiferença do jovem e apiedando- se das moças, induziu Narciso ao fracasso.

Depois de um dia de caça, Narciso encontrou uma região de águas cristalinas e decidiu parar para beber da fonte. Debruçado na margem viu uma imagem de beleza infinita e descuidando- se dos avisos do Mestre, encantou- se com o próprio reflexo. Definhou e faleceu. No local da morte surgiu uma flor de beleza singular, com propriedades alucinógenas, recebeu o nome de Narciso em sua homenagem.

O Mito de Eco


Eco era jovem e encantadora, sua presença foi constantemente solicitada para encantar as companhias, principalmente pelas Deusas: Artemis(Caça) e Afrodite(Amor). O dom da palavra dera- lhe muito orgulho, embora causa- se algum desconforto principalmente nos Deuses, que se sentiam desconfortáveis por ela falar de mais. Alias, ela falava muito e em qualquer discussão costumava dizer a última palavra.

Uma vez, a Deusa Hera(Protetora da Família) foi procurar o marido que se distraia com algumas ninfas. Eco percebeu sua chegada e reteve a atenção da Deusa para que as ninfas conseguissem fugir. Quando Hera percebeu as verdadeiras intenções, castigou- a: proibindo- lhe de iniciar um dialogo, conversando apenas com quem solicitar.

Eco e Narciso - de John William Waterhouse.
Eco apaixonou- se por Narciso, desejou a oportunidade de conversar com ele, dizer coisas agradáveis e conquistar seu afeto, mas o castigo impedia- lhe de iniciar uma conversa. Um dia Narciso solicita sua atenção, mas como ela não podia iniciar a conversa tentou gesticular para demostrar seu interesse, mas Narciso não entendeu desse modo e julgou- a como louca, largando dela de imediato.

Com o coração partido, magoada e desiludida. Eco se escondeu nas montanhas e definhou até desaparecer por completo, restando apenas a bela voz e o velho hábito de dizer a última palavra.

Interpretação


O mito de Narciso aborda o tema da beleza, essencial para a atração entre os seres humanos. A palavra Narciso provém do Grego Narke que significa entorpecido, justamente: quem ama vive um estado de confusão, onde os sentimentos enfraquecem a razão, confundindo os pensamentos e atrapalhando a comunhão.

Narciso repudia a imperfeição e oprime tudo aquilo que não se parece com ele. Os seres humanos criam instintivamente uma auto imagem sobre si mesmo, esta imagem segue rigorosamente os padrões de beleza. Uma imagem irreal; tão fascinante que entorpece, ao mesmo tempo que aprisiona o íntimo dentro de si próprio. Contudo, para Narciso reparar em outra pessoa; primeiro precisa ver sua imagem refletida e neste sentido falha por não ter olhos para mais ninguém.

Eco trata o outro lado da história; daquele que não olha para si, mas que projeta suas forças em outra pessoa. Movida pela paixão, Eco deposita seu amor em Narciso, o amor que não pode faltar... quando foi rejeitada: não só perdeu o amor, como a vontade de viver e ser feliz.

Os seres humanos projetam suas forças em outras pessoas ou em objetos, movidos por uma atração tão forte, que é impossível controlar. Na maioria as vezes é a própria pessoa a grande causadora pela atração e o objeto sequer possui as qualidades atribuídas.

Narciso Flor.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Anjos - Desambiguação

Anjos

Menina Angelical.

Anjos constituem a serventia divina, criaturas bondosas que dedicam- se a cumprir a vontade de Deus. As Forças que descendem de Deus chegam ao mundo através dos Anjos, que atuam como instrumentos para operar os princípios da verdade e o amor. Anjos dedicam sua alma ao senhor, largam da própria vida para seguir os mandamentos e recebem sua recompensa das mãos do próprio Deus.

As forças da natureza exercem pressão sobre o mundo, elas agem em todos os sentidos de modo á influenciar os seres humanos. Eventualmente, como nos relatos de Lúcifer: um Anjo é atingido por alguma força maior, se desequilibra e depois cai em trevas.

Crianças Felizes.

Anjos Caídos


O termo “Anjo Caído” é aplicado para todos anjos que desobedecem a Deus, pode ser considerado uma ofensa em termos celestiais. Compreendem todos os anjos que viviam ao lado de Deus e que se corromperam, aqueles que por ambição deixaram de obedece- lo para atender seus próprios interesses.

A queda de um Anjo é o começo de um longo dialogo para que o Diabo acerte as contas com a Ordem Celestial. É um acontecimento celebrado em todos os andares do inferno, não tanto pela queda em si, mas pelo impacto que tornará a existência celestial desastrosa e o futuro de muitos comprometido.

Rebeldes.
Anjos Caídos serão expulsos do paraíso e impedidos de ascender ao céu, sentiram o peso das faltas e da profanação da Fé. Espalharam doença e desafeto, enquanto faturam com a fome e a guerra, ouviram- se louvores ou hinos (sinos): “não seja uma boa pessoa...”, “não adianta praticar o bem...”, “estou cansado, estou com fome...”, “não acredito mais em Deus...”, dentre outros versos decadentes... regados de frustração e ódio.

Lúcifer


Lúcifer era um Anjo Querubim, dentre eles o mais amado. Ocupava o cargo mais alto na hierarquia celestial, abaixo apenas do próprio Deus. Considerado exemplo de beleza e perfeição, era chamado de “O Portador da Luz” e também de “Estrela Dalva ou Estrela da Manhã”.

Lúcifer, Catedral de Liège.
Foi coberto de riqueza e esplendor, sua reputação estendeu- se ao ponto de se considerar digno de adoração. Em algum momento foi acusado de comercio violento, tal vez vítima da ambição foi chamado de: orgulhoso, desonesto e profano. Depois de humilhado e expulso, os revoltosos foram obrigados a seguir pelo mesmo caminho. Ver Ezequiel (28: 12~19).

O Alcorão (15: 29~43) também faz referencia a Lúcifer. Nele, Lúcifer desobedece a ordem de Deus e não se ajoelha para Adão, alegando ser inadmissível se curvar para alguém feito de barro. Ele foi amaldiçoado e expulso do paraíso, nesse dia: jurou colocar todos os infames no erro para que sofram com ele do mesmo destino (o Inferno).